domingo, 18 de dezembro de 2011

Sonhar era ter-te

Hoje sento-me à beira-mar
Enquanto o vento canta a triste canção
Que me fez em tempos amar
O teu corpo, magia e coração.

A balada toca os sons de despedida
À medida que as lágrimas limpam o rosto
E onde já nada faz sentido
Quando o amor se torna um monstro

Mas o irracional continua a procurar,
O único lugar onde já foi feliz
A voz por onde cantar,
Os mil poemas que para ti fiz.

Nem os meus sonhos podem preencher
O vazio que deixaste em mim
Pois sonhar é sofrer
Onde outrora sonhar era ter-te a ti.

Sinto saudades do teu olhar,
Sinto saudades tuas e de nós.
Onde a tua amizade era a minha voz,
Quando estávamos juntos e a sós.

Mas onde estás tu agora?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Média luz que se afasta

Encontrei, agora, o luto
Sobre a morte que venero
O culto do negro
Sobre a solidão que tanto quero

E como a brisa,
Chegou o preto que cobre o meu corpo
Que na minha tristeza enfatiza
As cinzas de um coração já morto

Na escuridão das quarto paredes
Entrego-me ao véu que difere a luz e o negro
E às vozes conto o meu segredo.

A pele seca-me no corpo
Como o desespero seca a felicidade,
Pela alegria de viver,
Na morte que encontro,
Corro no alçapão que quero morrer.

Desejo a eterna negação do meu ser
À medida que abandono a vontade de viver
Sorrindo à média luz que se afasta.

Sou um todo que é nada,
Num tempo perdido na solidão da vida,
Não sabendo quem sou
Neste longo caminho que me apraza.

Penso na dor que me atormenta
Que não conhece limites humanos
De sorriso em sorriso, a deus enfrenta
Enquanto ele se deleita com a tristeza e o sofrimento desumano.

Esqueci-me da vida
Agora que o frio congelou o meu coração
E a noite preenche os meus olhos,
Temo ter-me perdido
Quando celebrava o meu arrependimento,
Nas alegrias de deus sou sofrido
Quando dizem que ele me vê a todo o momento.

Não me lembro quando a noite chegou,
Se alguma vez desapareceu,
Mas a melancolia percebeu,
Que a luz não me segue para onde vou.