Deixaste-me no teu jardim
À medida que o Outono passava
Esperei mas não te vi,
Só uma forma nublada
Caminhei no cais,
Entre o rio e o convés
E andei sobre as águas até não ter pé.
Nadei no oceano do céu
Onde o mar azul se cobria de nuvens
Julguei o ser humano como réu
Até ao dia que encontrei o teu véu.
Deste à vida a história e a proeza
Da esperança que leva a amar,
Mas deixaste a noite e a incerteza
De um dia, deste sonho, voltar a acordar.
Pois a tua ausência vive em mim
Da maneira que me esqueço que não te tenho
Porque tanto sou
Que já não sei ser sem ti.