terça-feira, 23 de novembro de 2010

Coração vazio

Eu não tenho mais
Que um coração vazio
Com sentimentos infernais
Tão vazios e frios.

Com o fogo que se tornou frio
Há um mundo que se tornou vazio
E na minha origem animal
Todo o real se tornou irreal.

E não procuro, porque não sei procurar
Confuso, nem consigo sonhar
Verdadeiramente já nada desejo
E escuro é tudo o que vejo.

Nem céu ou inferno
Ou bem ou mal
Tudo o que começa, acaba mal
Num mundo surrealmente material.

Viajo em vão
Num caminho mentiroso
Sem coração, caminho na perdição
Caio de joelhos e morro.

domingo, 14 de novembro de 2010

A água que já não corre

E a vida perdeu a cor,
Glamour e fervor
No meu corpo não há calor
Nem loucura ou Amor.

A tua água já não corre
O teu rio parou,
Como uma flor que se pisa e morre
Num deserto que Deus abandonou.

E a loucura dos homens desvanece
Perante a minha que tanto cresce.

E o silêncio da madrugada
Faz-me lembrar que sozinho estou, nesta estrada,
Onde procuro a água,
Que tanto faz a minha vida iluminada.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Silêncio

Silêncio moribundo
Duro e profundo
Dor penetrante
Com dias irritantes.

Silêncio vazio
Monótono e frio
Olhar moribundo
Por parte deste mundo.

Silêncio negro
Que é meu segredo
Sem luz,
Não sei quem me conduz.

Silêncio cru,
Vazio e nu,
Tu, silêncio, que nasces e não morres
Tu que não me matas e não me encobres.

Silêncio ocupante
De palavras penetrantes.
Silêncio doloroso
Que não voa, com este tempo ventoso.

A mentira de sonhar

Neste sonho esperava o teu regresso
E feliz te via chegar
Nada ali era em excesso
E alegre te via voltar.

Sonhava com amor e carinho
E nada do que fazia, fazia sozinho
Onde vivia era feliz
Perfeito e como sempre quis.

E aqui abraçava-te e acarinhava-te
Agarrava-te e amava-te
Neste jogo de palavras
Com nossas almas agarradas.

E de repente, acordado sem nada que fazer
Sonhei que contigo ia ter
Depressa desperto para a realidade
E descubro que nada daquilo era verdade.

sábado, 6 de novembro de 2010

Sonho

Deitamo-nos e sonhamos
Entramos num mundo onde voamos
Queremos
E temos,
Neste sonho onde sonhamos.

De alegria ou de tristeza
Vivemos sonhando
Temos medo,
Neste sonho onde sonhamos.

Nem verdade nem mentira
Deste mundo ninguém nos tira
Apenas sonhamos,
Neste sonho onde sonhamos.

Pouco, o tempo
Acordamos para a vida crua
Mas no sonho, magia,
Cheio de fantasia,
Neste sonho onde sonhamos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Luz sombria

Vagueio vazio pelas ruas
Caminhando pela luz sombria
De um candeeiro e de uma profecia
Vazia, como estas árvores nuas.

Olho para trás, a procurar
O teu olhar ao luar
Mas a escuridão apodera-se
Daquilo que sempre me espera.

E na morte não há dignidade
Nem, quanto sei, a resposta para verdade
E este veneno que me corrompe
Impede-me de sonhar.

E tudo o que deixo neste mundo
Varia entre a verdade e a mentira,
Através deste ódio imundo,
Algo que nem o diabo suportaria.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Aliança de paz

Aqui sentado
Desperdiço o meu tempo
Pensando em tudo o que podia fazer
E as memórias correm-me as veias
Sinto-as a chegar
Tal como a solidão que sinto
Por mais que tente
Existe sempre uma razão para não me sentir totalmente bem
E caminho em demanda
À procura da paz
A paz que tanto me falta sentir
Aquela paz que é a aliança para nos unir.

domingo, 29 de agosto de 2010

Ver-te partir

Ver-te partir
Causa as piores dores
Lembro-me de ti a sorrir
Quero agarrar-te e não te deixar ir.

Depressa te vais
Perco em vista o horizonte
E o passeio como outros dias iguais.

Ter-te distante
E sentir-te tão perto
Que sentimento electrizante
Pior que dor, pior que rancor decerto.

Procuro forma de voltares para mim
Procuro formar de voltar a sorrir
Procuro uma forma de não te esqueceres de mim
Mas não há forma de viver sem ti.

domingo, 4 de julho de 2010

A tristeza do Homem

Ser dono da sua infelicidade
É como ser o porta-voz da verdade
Algo do interior
Que o persegue até ao exterior.

Do enorme deserto da China
Até aos detalhes de uma obra-prima
A tristeza percorre a veia do Homem
Quando é velho, quando é jovem.

Solidário com ele próprio
Aprendeu a verdade do cogito
E até a mentira filosófica
Mas quando para ele olha não vê forma heróica.

A tristeza fria e crua
Variável com as fases da lua
Valorizadora de toda a verdade
Persegue o Homem na sua eternidade.

sábado, 26 de junho de 2010

Talvez um dia...

Talvez um dia te possa cantar
A palavra Amar
Quando tu precisares
Aí eu estarei para dar.

Talvez um dia te possa contar
Poemas ou canções
Esta confusão de emoções
Que deixa o meu coração aos turbilhões.

E naqueles dias que te sentires inferior
Fraca e com tanta dor
Lembra-te: eu sou a tua força interior.

Talvez um dia te conte
Uma história de embalar
Cheia de maneiras de Amar
A verdadeira fé em que acreditar.

Talvez um dia te mostre
A fantasia de viver
Onde morrer para Amar
É como comer e beber.

E naquelas lágrimas, recheadas de melancolia
Que te fazem lembrar o teu dia-a-dia
Lembra-te: eu estou aqui como que por magia.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A chama de viver

Amor é o sobrenatural
Exposto ao natural
É fogo acesso
Onde nos queimamos sem medo.

É procurar a solidão acompanhado
É a luta contra o pecado
É chorar alegria
É viver com magia!

É a dor suave
Que cuida de nós
É acompanhado não ter a sós
É viver plenamente realizado.

É a vida na morte
É o fraco no forte.

Amor é a chama de viver
É o desejo da imortalidade
É querer os deuses igualar
Lutando contra a verdadeira verdade.

domingo, 28 de março de 2010

Um caminho lavado de lágrimas

O meu caminho foi pintado
Com lágrimas
Os meus paços, dados com calma
Nos braços de um Anjo, a minha alma
Vagueia inocente
Crente, numa forma de melhorar
De tudo fazer, para voltar atrás
Mas… Zás
É-me cortada a passagem
E, agora, vou de viagem
Procurando o impossível,
Começando a cronometragem
Esperando a última paragem…
A estação do teu coração.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Amar Realmente

Amar dói, quando nos centramos
No leito dos nossos corações
Outrora,
Fora onde nos encontrámos.

Amar dói, quando nos Amamos
Na beleza das palavras
A possessão disputamos.

A dor magoa-nos,
Os ciúmes enlouquecem-nos
As lágrimas vagueiam
Dentro das nossas almas, que tudo planeiam.

O Amor completa-nos, destroçando-nos
O Amor Ama-nos, odiando-nos
Nele tropeçámos e nos levantámos
Contudo, quanto maior nos ergue-mos,
Mais sofrerem-mos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

O sentimento da saudade

A saudade aperta
O coração acelera
A paciência escassa
E o tempo não passa.

O sentimento é desconhecido
A própria palavra um mundo,
Um mundo perdido
Onde o Amor é o meu único amigo.

A saudade é a falta
É o sentir
E não puder desmentir.

Acabamos por chorar
Mais do que pensávamos
Enlouquecemos pelas nossas palavras.

Mas afinal,
Somos apenas um
Não apenas eu ou tu
Simplesmente nós.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Quando Amas alguém

Quando Amas alguém
Não dás valor ao que tens,
Não pensas naquilo que és
Apenas para quem o és.

Quando Amas alguém
Não vês o tempo
Só queres viver cada momento,
Ela domina o teu pensamento.

Quando Amas alguém
Vives um sonho acordado,
O sofrimento não é nada
Comparado com o Amor que te é dado.

Quando Amas alguém
Não vives a vida ao natural
Tudo o que encontras é sobrenatural
Sabendo então, que o Amor é imortal.

Quando Amas alguém
Não vês a verdade nem a mentira
Vês simplesmente,
Aquilo que ninguém te tira.

Quando Amas alguém
Abdicavas de tudo o que tens
Se ela precisasse
Se ela assim o quisesse.

Quando Amas alguém
Não trocarias nada
Pelo Amor, o Amor da tua vida
A perfeição que encontraste.