quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Desespero da tua lembrança

Em tempos caminhámos lado a lado
Caminhámos e corremos juntos
Num infinito mundo de lembranças
Onde rosas eram esperanças

E tudo o que recebi em ter-te
Foi a beleza,
Foi a magia,
Que um dia me levaria a perder-te

Sou um todo vazio,
Do teu ser
Do mundo que te quero dar
Da mágoa que anseio em secar,
Que pelo teu rosto corre
Onde já mesmo o nosso sonho morre.

É duro o sofrimento ao ver que a minha vida te mudou
Onde ainda sou a raiva e a incerteza, e tu a minha esperança
Onde estive eu quando de mim precisaste?
Já não sei! Guardo apenas a lembrança

E quanto mais o tempo corre,
Mais distante fico de ti
E, lentamente, a flor morre
À mão daquela estrela, onde te vi.

E desespero na tua lembrança
No meu eterno descanso
Onde nas veias corre a tua demora
De cada dia, em cada hora.

Secreta saudade

Desde que partiste tão repentinamente
O céu estrelado ficou incompleto
E a amizade que guardava tão secretamente
Trocou o certo pelo incerto.

O que havia desapareceu
Neste coração que precisa de ti
Em todos os momentos que este mundo ardeu
Nunca pensei ter que viver sem ti

E queria agarrar-te antes que fosse tarde demais
Queria dizer que esta é a única promessa que espero cumprir

Mas esta é a impossibilidade que me deparo
Não há certeza de puder voltar a ver-te
Não há certeza de errado ou reparo
De um dia voltar a ter-te

E nos sonhos persegues-me com a tua imagem
Com os teus cuidados, esperanças e ambições
Tratando-se quase como uma viagem
Ao meu infiel mundo das emoções

Ver-te partir é insuportável
Não o queria de maneira alguma
Deixar-te ir ao sabor daquele vento memorável
Onde a nossa amizade era apenas uma.

Este é o meu arrependimento
De tamanha sinceridade
Na enorme saudade
De te puder abraçar num último momento.

(Título atribuído por Bárbara Silva)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Minha doce fantasia

Aqui eu estou
Sentado no além
Aqui eu vou
Navegar-te nos mares de outrem.

No mundo da fantasia
Mergulho no teu corpo
Sorriso e alegria
Manifestam-se no meu rosto.

Leva-me no corcel
Da tua montada
Fazendo em mim tua estrada
Minha doce obra amada.

Epopeia os meus versos
De palavras sentidas
Torna grande os incertos
E deixa as causas perdidas.

As águas em ti dividiste
Nas sombras da escuridão
Percorrendo a lágrima
Vazia, nas cheias do teu coração

E verdes foram os prados
Nos quais correste
E azul foi o céu
Onde voaste
E branca a pomba
Que no mundo lançaste

E nesta janela contemplo o mundo
Vejo e revejo cada pétala de chuva
Como se o mundo fosse um segundo
Nestes teus lábios de amor profundo.

domingo, 18 de setembro de 2011

Anjo caído

Caís aos braços da minha mão
Assim que desenho a respiração na noite
Preenchendo o oculto espaço do coração
Nas ligeiras lágrimas de dura emoção

No meu ser enfraquecido
Tomo o teu corpo e alma
Dos poderes outrora temidos
Da subtileza do meu anjo caído.

Como um ladrão na noite
O vento que soprava tão levemente
Fez-te cair ao pecado
No teu corpo, inocentemente

E nas chamas que queimavam o paraíso
Reluzente com as flechas douradas
Fizeram-te anjo indeciso
Onde as asas foram cortadas

E nua caís neste mundo
Nas profundezas do meu ser
Desejando apenas viver
Neste teu pesadelo profundo.

Ó meu Anjo caído!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Praia sem fim

A teu lado caminho,
Na praia sem fim,
E às estrelas me alinho
Abraçado a ti.

Aqui a areia floresce com o mar
Durante toda a nossa paixão
Neste local sagrado para amar
Dou-te o meu coração.

Corremos juntos à beira-mar
De mão entrelaçada
Sugestões de o meu corpo para te dar
A minha alma à tua atada.

Deitados no areal acolhedor
O mar percorre-nos o corpo
Junto num acto de amor
Paralisamos lembranças como a dor.

Mas o tempo é curto na praia sem fim
É hora de voltar
Contudo, prometo diante de ti
Que brevemente vamos regressar.

domingo, 4 de setembro de 2011

As ruas desta cidade

Vagueio pelas ruas da cidade
Vagueio, e observo a lua
Foi nela que encontrei a verdade
Numa alma despida e nua.

Aqui estou, entre a estrada e o céu,
Amado pelo teu beijo perfeito,
Gentilmente percorro o calor no teu véu
E com simples palavras acabamos com o imperfeito.

Tantos foram os passos que segui
Nestas ruas da cidade
Contudo nunca me apercebi
Que caminhava ao destino da tua realidade

Adorei e abracei esta ternura
Tão suave, tão confortável como o teu coração
Que me envolveu na escaldante fervura
Do poder desta emoção.

Nesta noite prometi
Diante do teu mundo,
Amar-te tal como nunca vi
De hoje em diante e em cada segundo.

E já não vagueio por estas ruas
Agora sonho acordado
Porque nenhuma palavra é nua
Desde que te tenho a meu lado.

Paixão que ama

As folhas caem à medida que tu partes
E aquele sol de felicidade adormece,
Quando tens de ir e eu não quero que te afastes
Assim lá a minha alma enlouquece.

Penso em tudo o que trocamos neste dia
Todo o carinho, todo o amor, toda a magia
Penso no que hei-de esperar de ti
E chego à conclusão que espero mais do que vi.

Foi a saudade que nos juntou
Na distância que nos separava
Foi a paixão que nos amou
Quando a minha boca, à tua, ficava agarrada.

Sentados no banco da vida
No sentimento perdido do ódio
Onde as mãos percorrem o que é óbvio
E o que não se pode perder.

Amar-te é como contemplar o mar
É ir mais além do que o céu
Naqueles momentos que te abraçar
Percorrer o teu corpo no nobre véu.

E aqui te quero e admito
Longe de ti não vivo
E não desminto
Mas só contigo, eu, sobrevivo.