É sublime e
mágico, o mistério inesperado de haver no meu mundo o tudo que era o nada, o
sentimento possante do primeiro amor. Trazido de forma inédita por aquilo que
os anos demoram a amadurecer e que se chama destino. E, por isso mesmo, é
inegável a verosimilidade daquilo que estava destinado a acontecer.
Eram longínquas, mas imensas, as
afinidades que nos poderiam aproximar e que acabariam por mudar as nossas
vidas. Mas o amor é perspicaz e vê alianças nas mais loucas loucuras e,
incrivelmente, me levou a ficar apaixonado. Apaixonei-me por um vício chamado
amor, mas não um qualquer, o primeiro amor. Aquele amor que mexe com o corpo e alma
e me torna dependente dele. Mas eu sou assim: dependente. Dependente da
felicidade.
De natureza profunda e bela, este primeiro amor é o
primeiro e o único. Porque não há amor depois do primeiro, independentemente
deste não o ter sido. Um amor que é o primeiro acaba, mas o primeiro amor tem o
lugar cravado na palavra eterno e estende-se até que os dias o tornem insubstituível.
Só nele é que se encontra o oceano que reflecte o pôr-do-sol. Só nele os bancos
do jardim fazem sentido e os beijos passam a ser expressões do infinito, que
fazem deste primeiro amor, a minha promessa para toda a vida.