terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O sorriso dos sorrisos

Enquanto o vento sopra
Pelas linhas tortas da vida,
Vejo que estás tão sozinha como eu.
E pergunto-me se precisarás de companhia

Mesmo que a vida seja efémera
E o futuro incerto
Ofereço-te um assento a meu lado
E a escuridão desvanece.

A cortina é erguida em direção ao céu,
E, esta, escondia os olhos de esmeralda
Que iluminam o oceano,
As pérolas flamejantes que me hipnotizam

Com o nascer da tarde,
Nasce a certeza da tua beleza
Iluminada pelo dourado dos teus cabelos,
Composto pela melodia do teu sorriso.

O sorriso dos sorrisos

Poema lançado no 4.º Volume da Antologia Entre o Sono e o Sonho na editora: Chiado editora

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Resposta

Sou um ser involuntário,
Que se perde em ti,
Porque pintaste o cenário
Onde não sei viver sem ti?

Sou um tudo que nada é
(Um inferno)
De quando estás longe

Mas um tudo que vida é
(Um mundo eterno)
Para quando perto estás.

“Mas onde estás tu agora” perguntei eu...

Querendo saber não soube
Quis amar, mas não amei
“Mas onde estás tu agora?”

“Amor, deita-te, eu estou aqui”

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Júbilo

Nos dias que corriam
As ruas eram cheias de cor
Onde as luzes e pessoas conviviam
Eram cheiíssimas que causavam dor

Imensas como o universo
De esquemas e valores
Estragaram a rima e o verso
Tornando o bom no inverso.

Mas que dias correm hoje?

Hoje correm dias de alegria
De um júbilo inexplicável
Fluem as cores da magia
Um amor com rótulo de improvável.

E escrevo, imerso em nós
Desejando apenas um beijo
No mais puro dos desejos.

sábado, 20 de outubro de 2012

Primeiro amor



É sublime e mágico, o mistério inesperado de haver no meu mundo o tudo que era o nada, o sentimento possante do primeiro amor. Trazido de forma inédita por aquilo que os anos demoram a amadurecer e que se chama destino. E, por isso mesmo, é inegável a verosimilidade daquilo que estava destinado a acontecer.
Eram longínquas, mas imensas, as afinidades que nos poderiam aproximar e que acabariam por mudar as nossas vidas. Mas o amor é perspicaz e vê alianças nas mais loucas loucuras e, incrivelmente, me levou a ficar apaixonado. Apaixonei-me por um vício chamado amor, mas não um qualquer, o primeiro amor. Aquele amor que mexe com o corpo e alma e me torna dependente dele. Mas eu sou assim: dependente. Dependente da felicidade.
De natureza profunda e bela, este primeiro amor é o primeiro e o único. Porque não há amor depois do primeiro, independentemente deste não o ter sido. Um amor que é o primeiro acaba, mas o primeiro amor tem o lugar cravado na palavra eterno e estende-se até que os dias o tornem insubstituível. Só nele é que se encontra o oceano que reflecte o pôr-do-sol. Só nele os bancos do jardim fazem sentido e os beijos passam a ser expressões do infinito, que fazem deste primeiro amor, a minha promessa para toda a vida.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sol

Tarde-se em nós o meu amor
Mas não a tua boca,
Pois tarde chegará a dor
Que a mente humana põe louca.

Porque sou tirano apaixonado,
De fraca aparência,
Sou poeta, do teu corpo idolatrado
E do beijo da tua ausência.

A minha saudade corrói
A consciência que há em mim
Quando te afastas e dói
Na certeza que não sei viver sem ti.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Mistério

Onde está a inquívoca verdade
Que me faz sentir melhor?
Estará, longe, na tua saudade
Ou em algo apenas pior?

Alguma vez te desapontei?
Ou deixei uma amargura
No teu corpo. Pintei
A tua alma ou a tua figura?

O amor será uma utopia
Ou apenas uma obrigação?
Uma vida? Vazia?
Lá vai na malha o meu coração.

Que fogo queima tão friamente
As mãos de alguém que te toca
Do homem que sou!
Que te agarra fortemente
De uma maneira única,
Como nenhum homem te desejou.

Vejo em ti a sombra que encobre
Os olhos que são teus.
Vejo e revejo a verdade dos meus
E o mistério que ninguém descobre.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Alma defunta

As místicas luzes do anoitecer
Mais tristes que o amor,
Levam-me a onde me conduzes
Ao julgamento do meu ser.

E chega o dia (Finalmente!)
O dia do adeus,
O dia em que as lágrimas correm no rio,
Enquanto me prosto perante Deus.

Adeus! Não vá o vento tocar-te
Ou até criar-te...

Já não sei quem sou
Ou se o que vejo é real.

Adeus minha alma,
Vou e não volto
Mas tende ânimo,
Pois no precipício eu encontro a calma.

Sonhava ter sabido viver
E até desejava não ouvir estas vozes,
Mas enfim... Não há término para a minha locura

E seguiram-me até ao fim
(Estas belas vozes)
No lugar que a vida não existe
Esse lugar que é o coração
Onde a tristeza é apenas aflição.

quinta-feira, 29 de março de 2012

E o poema continua escrito...

A poesia continua escrita nas entrelinhas do pensamento
Continua a rima cruzada e o soneto
De frases, palavras ou expressões
Que te deu a tua míriade de emoções.

A troca de metáforas mantem
A personificação de uma paixão
Que como o vento vai e vem
E repousa, sempre, num turbilhão.

O puzzle continua incompleto,
Enquanto eu apanho as peças,
Que te levam a um erro mais completo
Mas, ao que parece, muito mais concreto.

E, assim, funciona o teu mundo
Que nunca me aceitou
É teu e não meu, pois nunca me amou.

Agora, remendo-o e coso-o
Para que alguém o venha rasgar
Secalhar até trazem a palavra amar
(Quem sabe...)
Porém será que deves aceitar?

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A noite tem o ruído da tua ausência

Deixaste-me no teu jardim
À medida que o Outono passava
Esperei mas não te vi,
Só uma forma nublada

Caminhei no cais,
Entre o rio e o convés
E andei sobre as águas até não ter pé.

Nadei no oceano do céu
Onde o mar azul se cobria de nuvens
Julguei o ser humano como réu
Até ao dia que encontrei o teu véu.

Deste à vida a história e a proeza
Da esperança que leva a amar,
Mas deixaste a noite e a incerteza
De um dia, deste sonho, voltar a acordar.

Pois a tua ausência vive em mim
Da maneira que me esqueço que não te tenho
Porque tanto sou
Que já não sei ser sem ti.

domingo, 1 de janeiro de 2012

"Do you remember?"

Lembras-te de mim, quando não estou a teu lado?
Lembras-te de mim?
Sentes-me aí, quando estou acordado?
Quando o teu mundo assume a cor do negro amargo?

Sabes quem sou, neste momento?
Passei dias, ou horas, no teu pensamento?
Ou talvez minutos, não apenas segundos
Daquilo que me perecia solenemente.

Que estrada é essa, da vida efémera,
Que tentas seduzir?
Na luz da manhã e na escuridão da noite
Será que um dia desejas partir?

E que absoluto tens agora?
Quem és? O que foste? E quem serás?
Chega lenta a minha hora
De correr e não olhar para trás.